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:: Tem que haver uma razão para criar um blog, no meu caso há duas, conhecimento e paixão por futebol ::
sábado, 2 de setembro de 2017
terça-feira, 20 de maio de 2014
A minha opinião: Os 23 de Paulo Bento
O Seleccionador Nacional
Paulo Bento, escolheu ontem os “nossos” 23 jogadores, bem ou mal, estou certo
que darão tudo pela nossa bandeira. Estou com eles! Estou com Portugal!
Em Portugal todos
respiramos futebol, e é normal que tocando num ponto tão sensível como uma
convocatória para o evento do ano, todos queiram opinar, discutir, e os
mais atrevidos, até insultar. Todo este mediatismo tem uma razão de ser, todos queremos
o melhor para a nossa Selecção, todos estamos ansiosos que comece o Mundial, e
apesar de cada um achar que levar este ou aquele jogador seria uma melhor
opção, a verdade é que todos estarão colados à televisão a apoiar os Tugas
durante o Campeonato do Mundo.
Estive atento a
comentários de todo o género, e sinceramente, sinto que todos têm a sua razão. Mas
nisto tudo há um problema, neste barco só cabem 23 jogadores. A lista final foi
elaborada por quem os conhece, por quem os treinou, por quem os moldou à
estratégia e táctica da Selecção Nacional e por quem os tem acompanhado nestes
últimos anos. Devemos nós portugueses confiar nesta decisão?
O problema começa
por aí, falta de confiança no nosso líder. Talvez por erros de um passado
recente que só não se tornaram catastróficos, por que no momento decisivo tínhamos
o melhor do Mundo. Sim, tínhamos, neste momento está longe de o ser, e
sinceramente, tenho algumas dúvidas da sua participação no Mundial, ou pelo
menos a 90%. Tudo isto para dizer, que se fosse Mourinho a decidir a lista dos
23 jogadores, haveriam menos criticas, verdade?
A minha opinião:
Guarda-redes: Beto,
Eduardo e Rui Patrício
Estou de acordo com as escolhas. A dúvida estaria entre Eduardo e Anthony. Qualquer um dos dois teria sido uma boa escolha, penso que aqui pesou mais o historial de Eduardo na Selecção. Bem!
Defesas: André Almeida, Bruno Alves, Fábio Coentrão, João Pereira, Neto, Pepe, Ricardo Costa
Tenho pena que Antunes não vá, mas ainda mais pena me dá a ausência de Eliseu. Preferia levar 2 laterais de raiz, com muita verticalidade e capazes de dar profundidade, do que levar um central adaptado a lateral. A época de Coentrão não tem sido muito estável a nível físico, e na minha opinião, levar um lateral como Eliseu seria importante, principalmente se Paulo Bento decidir atacar em 3-5-2, com Ronaldo a apoiar o ponta de lança.
Neste sector trocaria Ricardo Costa por
Eliseu, e como segunda opção, Antunes.
Ricardo Costa é o elo mais fraco, e na minha opinião não deveria ter sido convocado, nem como segunda opção para central, nem como terceira opção para lateral direito. Em relação a Neto e André Almeida, parece-me acertado, sempre e quando, Neto jogue como central e André como lateral direito.
Médios: João
Moutinho, Miguel Veloso, Raul Meireles, Rúben Amorim e William Carvalho
Mais uma vez, estou de
acordo com Paulo Bento, a única dúvida talvez estivesse na escolha entre R.
Amorim, W. Carvalho ou Adrien. Optou por jogadores de características mais defensivas,
ao contrário de anteriores convocatórias, em que Ruben Micael era opção para
numero 10. Para ser coerente, o Seleccionador alegou que Rafa pode fazer essa posição, caso
seja necessário.
Sinceramente gostava de ver
o Adrien, ou até mesmo o André Gomes na lista final, mas não podendo levar
todos, escolheria os de Paulo Bento.
Avançados: Cristiano Ronaldo, Éder, Hélder Postiga, Hugo Almeida, Nani, Rafa, Varela e Vieirinha.
Este é o sector mais polémico , talvez por ser o sector com mais opções. Quaresma, Danny e N. Oliveira são sem
dúvida alguma, os grandes ausentes.
Na minha opinião,
não levaria 3 pontas de lança, dos escolhidos, seleccionaria Postiga como
titular, e Eder ou Almeida, ou Nelson Oliveira. Deixava assim, uma vaga para Ricardo
Quaresma, como segunda opção para os extremos.
Cristiano, Nani ,
Varela e Rafa são para mim opções inquestionáveis.
O elo mais fraco
da lista para todos os portugueses, acredito que tenha sido Vieirinha. Jogou
pouco esta época, não deu boas indicações, mas o certo é que quando jogou pela selecção,
jogou bem, cumpriu. Acredito que esta decisão deu a P. Bento, uma enorme dor de
cabeça. O seleccionador Nacional já mostrou o desagrado pelo comportamento de
Danny durante a fase de qualificação, e decidiu como tal, penalizá-lo com a ausência
do Mundial.
Conclusão:
Com este
leque de jogadores, as receitas futebolísticas possíveis não são muitas. A Paulo
Bento faltam-lhe opções para o lado esquerdo. Caso Coentrão ou Ronaldo se
lesionem, a qualidade do corredor fica comprometida. Ao que parece, o meio
campo será bastante defensivo, o que não é necessariamente mau, mas que se
traduz num jogo ofensivo muito dependente das alas e de um estilo de jogo
directo que apenas funcionará com H. Almeida ou Eder, nunca com Postiga.
A equipa tem tudo
para ser compacta defensivamente e rápida nas transições defesa-ataque, e usar como trunfo, os lances de bola parada.
Os ingredientes
são bons, prometem, mas falta ao cozinheiro estudar bem as diferentes receitas.
Cá estaremos para analisar, discutir e comentar!
Dos jogadores não
seleccionados, considero que Eliseu pudesse dar mais velocidade e qualidade ao
lado esquerdo da defesa, sempre como segunda opção. Na frente, a escolha de 3
pontas de lança parece-me exagerada, talvez por isso abdicasse de um deles e incluísse
Quaresma na convocatória. O jogador do Porto tem 3 características chave para
ter sido convocado, é o melhor extremo português a cruzar para a área, desequilibra
no 1 para 1 e segura a bola como poucos, no ultimo terço do campo.
A minha lista de convocados:
Guarda-redes: Beto, Eduardo e Rui Patrício
Defesas: André Almeida, Bruno Alves, Fábio Coentrão,
João Pereira, Neto, Pepe, Eliseu
Médios: João Moutinho, Miguel Veloso, Raul Meireles,
Rúben Amorim e William Carvalho
Avançados: Cristiano Ronaldo, Hélder Postiga, H.
Almeida, Nani, Rafa, Quaresma, Varela e Vieirinha.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Villarreal - Real Madrid 14/09/13 :: Publicado na Futebol Portugal Magazine #2
No passado sábado, o
Real Madrid viajou a Castellón para defrontar o Villarreal. Ambas as equipas
partiam com o mesmo número de pontos para um jogo, que já se previa ser de grande
intensidade. O resultado foi de um empate a duas bolas com ascendente para a
equipa da casa.
Este era o primeiro
grande exame de Ancelotti, e por azar, faltavam elementos chave. Como descrito
no artigo desta edição “Análise táctica ao Real Madrid”, o técnico italiano
tenta mudar velhos hábitos e implementar o seu estilo de jogo, mas está longe
de o conseguir.
A equipa reprovou no
exame, sentiu-se incomoda durante todo o jogo, e nesta análise tentamos
explicar o porquê!
Onze inicial com importantes
ausências e opções precipitadas.
No onze inicial
madridista vimos de tudo no que toca a posicionamentos, primeiras, segundas e até
terceiras opções. A inclusão de Illarramendi foi a grande surpresa, não tanto pela
sua falta de ritmo, mas pelas excelentes exibições que Modric tem vindo a
demonstrar nessa mesma posição. Esta decisão demonstra a urgência de Ancelotti
em impor o seu jogo, a urgência de juntar Modric a Isco no interior do meio
campo criativo.
Na baliza o melhor
jogador do Real Madrid em Castellón, Diego Lopez. Uma vez mais o guarda-redes
galego justificou a titularidade com uma exibição galáctica.
A defesa obteve nota muito abaixo do exigido. Pepe e Sérgio Ramos sentiram a inclusão de Nacho e Carvajal no onze. Foram obrigados a fazer mais dobras, a deslocarem-se da sua posição natural e a serem mais faltosos. A ausência de Xabi Alonso faz-se sentir, principalmente contra equipas como o Villarreal, que se sentem cómodas jogando pelo corredor interior. A equipa esteve permeável, e muito devido a um lateral direito limitado defensivamente, e a um lateral esquerdo de terceira opção.
A defesa obteve nota muito abaixo do exigido. Pepe e Sérgio Ramos sentiram a inclusão de Nacho e Carvajal no onze. Foram obrigados a fazer mais dobras, a deslocarem-se da sua posição natural e a serem mais faltosos. A ausência de Xabi Alonso faz-se sentir, principalmente contra equipas como o Villarreal, que se sentem cómodas jogando pelo corredor interior. A equipa esteve permeável, e muito devido a um lateral direito limitado defensivamente, e a um lateral esquerdo de terceira opção.
No
meio campo, Ancelotti colocou Illarramendi como médio defensivo, decidindo
empurrar Modric para o lado de Isco. A ideia é a base do seu estilo de jogo, criar
uma saída de bola mais controlada com médios interiores com grande capacidade
de condução e verticalidade. O sistema triangular de transição falhou, certo
que muito pela falta de Marcelo do lado esquerdo, mas também pela notória
preocupação de Modric em proteger Illarramendi em tarefas defensivas.
Na
frente, a inclusão de Bale foi uma surpresa, o que demonstra uma clara
dualidade de critérios de Ancelotti na hora de decidir, tendo em conta a união
do grupo e a motivação dos jogadores. O galês está longe da sua melhor forma,
mas promete, jogou apenas com paixão, com vontade, e apenas isso foi suficiente
para apontar o primeiro golo do Real Madrid.
Cristiano Ronaldo
parece longe de estar confortável com este sistema de jogo, e as suas fracas
exibições são preocupantes. Os seus melhores momentos aparecem quando o Real
Madrid joga à Mourinho, com transições rápidas e muito espaço na frente de
ataque. O seu golo surge precisamente num desses momentos.
Por fim Benzema, o internacional francês demonstrou uma vez mais as suas carências na posição de 9, realizando um jogo medíocre.
Por fim Benzema, o internacional francês demonstrou uma vez mais as suas carências na posição de 9, realizando um jogo medíocre.
Apenas Diego Lopez
se opôs à qualidade do Villarreal.
A equipa de
Marcelino Garcia foi melhor em todo o jogo, criou mais ocasiões de golo, foi
mais organizada, mais equilibrada nas transições e certamente que o resultado
seria outro caso Diego Lopez não estivesse presente no Madrigal.
Primeira parte “atrapalhada”
de Ancelotti
Durante toda a
primeira parte, a equipa da casa dominou o meio campo por completo. A
incorporação de Illarramendi como médio defensivo, e a sua falta de ritmo, manteve
Modric bastante ocupado com tarefas defensivas. Com a ausência de Marcelo no
corredor esquerdo, e a pouca verticalidade de Nacho, Isco sentiu-se bastante
limitado e nunca encontrou um equilíbrio que lhe permitisse sair a jogar. Com
estes dois sectores limitados, o Real Madrid falhava na saída de bola em
construção, e jogava longe da baliza de Asenjo.
O primeiro golo do Villarreal surge aos 20’ e após 3 grandes intervenções do guarda-redes madridista. Cani foi o autor, num lance em que ficou bem demonstrada a falta de entrosamento da equipa de Ancelotti no sector defensivo.
O primeiro golo do Villarreal surge aos 20’ e após 3 grandes intervenções do guarda-redes madridista. Cani foi o autor, num lance em que ficou bem demonstrada a falta de entrosamento da equipa de Ancelotti no sector defensivo.
O Real Madrid estava
lento, desposicionado e sem ideias. O trio ofensivo estava muito longe dos
médios criativos, e Benzema era obrigado a descer no terreno para ajudar a
saída de bola. Isco tentava sair, mas sem sucesso, faltava apoio, tanto na ala
esquerda como no interior do terreno.
Ao minuto 38, assistimos
pela primeira vez, a um lance com assinatura do técnico italiano. Na única
saída de bola perfeita do Real Madrid, pelo lado direito, o triangulo Modric,
Carvajal e Illaramendi demonstraram a todo o madridismo que é possível mudar o
estilo de jogo, e com uma jogada perfeita, fabricaram um golo exemplar,
finalizado pelo estreante Bale.
As equipa pareciam
soltar-se, o jogo estava mais entretido, mais aberto, mas as ideias eram as
mesma e as bolas perdidas por ambas as equipas continuavam a predominar, até
chegar o intervalo.
Na segunda parte, o
técnico italiano fez “reset” ao estilo de jogo.
Apenas aos 15
minutos da segunda parte, Ancelotti percebeu que o sistema tinha que mudar.
Faltava mais conexão entre o meio campo e o ataque, e os estreantes Illarra e
Bale estavam esgotados. O Villarreal continuava a dominar o meio campo, e por
essa razão, entrava Khedira por Illarra, recuando Modric. A ideia era voltar ao
sistema de jogo habitual, o de Mou, com saídas de bola mais rápidas, mais
eléctricas, com Cristiano a receber numa zona mais recuada e com Isco a
aparecer numa zona mais central, no papel do ex-jogador do Real Madrid, Mezut
Ozil.
Khedira entrou mal
no jogo, algo desmotivado, tal como Di Maria. Ambos pareciam contrariados, sem
vontade de jogar. O alemão sente falta de Xabi Alonso, o seu par ideal, e o
argentino pareceu não perceber a entrade de Bale no onze, e talvez com razão.
Di Maria vem sendo nos últimos jogos, a chave de Ancelotti com diagonais
decisivas e desmarcações rápidas nas costas da defesa contraria. Ontem foi
suplente!
A equipa ganhou mais
velocidade, e num lance de transição rápida, Ronaldo como “peixe na água”, deu
vantagem à equipa madrilena.
Tudo parecia
encaminhar-se para um final de jogo partido, desorganizado, onde os mais
rápidos e criativos ganham vantagem. Mas isso não aconteceu!
Tudo mudou ao minuto
69! Modric esqueceu-se que Illarramendi já tinha sido substituído, e com algum
cansaço à mistura, colocou uma passadeira vermelha para que Cani brilhasse com uma
espectacular entrada pelo interior. O jogador do Villarreal conseguiu desferir
um remate fantástico, sem oposição, frente a um Pepe bastante permissivo. À imagem do primeiro golo, Diego Lopez
respondeu a um primeiro remate, mas devido a uma permissividade preocupante dos
defesas do Real Madrid, Giovanni, empurrou para o fundo da baliza. A Carvajal,
só lhe faltava mesmo festejar junto dos jogadores do Villareal!
Estava feito o 2-2 e
até final do encontro assistimos a um ataque fulminante do submarino amarelo
contra um Diego Lopez nota 10.
A haver um vencedor
seria o Villarreal, mas tão pouco seria justo. A grande exibição de um super
Diego Lopez salvou Carlo Ancelotti da sua primeira derrota na liga espanhola.
O técnico italiano
afirmou no seu primeiro dia, que o Real Madrid tem que vencer jogando um
futebol espectacular, mas ao que parece, apenas um jogador o ouviu, Diego
Lopez, que grande jogo!
O Real Madrid conta
com “Plano A melhorado”, mas continua a faltar o “Plano B”
Vem aí a Liga dos
Campeões! O nível é outro, e esperemos que as exibições do Real Madrid sejam
bem diferentes. No passado sábado já conseguimos ver uma breve demonstração do
novo estilo de jogo, mas foi pouco!
Continuam os mesmos
problemas do ano passado, com lesões em sectores importantes a obrigar o
treinador a introduzir no onze, terceiras opções.
O plano B continua
sem se ver, e contra equipas que pressionam bem, sair em condução de bola só é
possível com um bom equilíbrio no triangulo de construção. Caso contrario, é
necessário um plano B, que consiste basicamente em fazer um transporte directo
para o ponta-de-lança, o tal jogador que ainda não apareceu!
Novo Real Madrid de Ancelotti :: Publicado na Futebol Portugal Magazine #2
Com o mercado
de transferências fechado, é altura de fazer uma análise ao “novo” Real Madrid.
Após o “descalabro” desportivo do ano transacto, causado sobretudo pela
falta de soluções em determinados sectores do plantel, Florentino Pérez decidiu
ir ao mercado em busca de novos recursos. Carlo Ancelotti foi o treinador
escolhido para liderar uma equipa com hábitos tácticos bem intrínsecos e com um
passado recente algo turbulento.
O treinador italiano veio com ideias claras e vontade de impor o seu estilo
de jogo. Para que isso aconteça, uma mudança no antigo plantel de Mou era
inevitável. A contratação de um jogador capaz de aguentar a posse de bola no
último terço sem risco de a perder, à imagem de Modric, mas com mais
verticalidade, mais finalização e mais capacidade no 1 para 1.
Ancelotti quer dominar a posse de bola, quer ataques mais pausados e
prolongados, quer uma transição defesa-ataque com maior identidade e
superioridade numérica.
“O clube mais prestigioso do mundo tem que
ganhar jugando um futebol espectacular”, disse Carlo no seu primeiro dia.
Reforçar o meio campo com médios interiores capazes de transportar a bola
como Modric ou Isco é o primeiro passo, mas não chega. A construção de jogo
dependerá sempre de um equilíbrio em ambas as alas, formado por triângulos base
estruturais. A linha de meio campo agrupa 5 jogadores chave na transição, com
Xabi Alonso a ser o preferido para comandar a saída de bola, seja pelas alas,
seja pelo espaço interior.
O técnico
italiano muda o sistema de jogo de Mourinho
A equipa de Mourinho jogava de uma forma mais vertical, mais directa e mais
eléctrica. O seu contra-ataque era impar, mas contava com um plantel sem
segundas soluções ou alternativas para posições chave, e isso, acabou por
“matar” pouco a pouco a equipa madrilena.
O plantel foi surpreendido por muitas lesões, sobretudo em posições que não
possuíam segundas opções. Mourinho apresentava “onzes” completamente
remediados, desequilibrados. A equipa jogava em esforço, sofria para vencer e
dependia sobretudo do luso Cristiano Ronaldo, que ainda por cima, se sentia
triste.
Florentino não pretende assistir ao mesmo filme, e por isso, decidiu
liderar uma campanha de renovação do plantel que já vem tarde, mas para o
madridismo, mais vale tarde que nunca!
Contratações
e limpeza no plantel
Isco, Illarra, Carvajal e Bale são opções de primeira linha para o sistema
de jogo pretendido, mas não são suficientes. Se olharmos para o ataque,
continua a faltar o tal 9 indiscutível, o goleador, que Mou havia pedido desde
o primeiro dia. Os únicos que se assemelham a essa descrição, são os jovens
Jesé e Morata, que são promessas asseguradas, mas que ainda lhes falta
kilometros para atingir a maturidade desejada.
Após a saída de Higuain, Benzema é o último moicano, o único possível no
que toca a vestir a camisola 9. O francês tem andado enganado todos estes anos,
tanto na selecção francesa como no Real Madrid, e é uma pena, porque temos
saudades dos tempos em que jogava no Lyon, onde deslumbrava em apoio ao tal 9,
Fred ou Baros na altura.
As saídas de Kaká, Ozil, Higuain, Callejón, Carvalho e Albiol,
justificam-se sobretudo pela vontade própria dos jogadores, que procuram uma
titularidade indiscutível, coisa que no Real Madrid estava longe de acontecer.
A saída do alemão, não prejudica o novo sistema de Ancelotti, que desde que
chegou, apostou sempre em Isco e Modric como organizadores de jogo, relegando
Ozil para extremo direito e muitas vezes para o banco de suplentes. Ozil
procura um ambiente onde se sinta desejado, onde tenha a confiança absoluta do
seu treinador, e viajar para Londres foi uma boa decisão.
As restantes saídas limpam um balneário já saturado pelo desgaste das críticas,
nenhum dos jogadores tinha um papel fundamental, pelo contrário, à excepção de
Callejón, todos tinham sido alvo de muitas críticas durante as épocas
transactas.
O centro da defesa será disputada por Varane, Ramos e Pepe, este último
bastante polémico na fase final da época passada. Com a saída de Carvalho e
Albiol, será o jovem Nacho a aparecer na luta com estes três jogadores, o que
parece pouco para um clube que luta em todas as competições, em especial pela
“décima”.
O lateral direito continua a deixar muitas dúvidas, Arbeloa pelo seu
deficiente apoio ao ataque e Carvajal pela sua imaturidade defensiva, fazem
desta posição o calcanhar de Aquiles da equipa merengue.
Falar em Bale
é falar em potência, verticalidade, remate e velocidade.
Começou a lateral esquerdo e depressa passou a extremo. Ultimamente no
Tottenham, jogava muito pelo interior, e com bons resultados. Não há dúvidas
que é uma grande contratação, mas certamente que os 95 Milhões pesarão na hora
do julgamento. Com Bale a equipa ganha pulmão, presença e decisão, mas tal como
Ronaldo, fica a dúvida de como reagirá Bale com um estilo de jogo mais pausado e
teoricamente mais fechado.
Isco é na
actualidade, o jogador mais próximo das características de Iniesta. Jogador
inteligente, com capacidade inata de condução de bola, finalização e
verticalidade, cuida e protege a bola como poucos. As suas pausas, misturadas
com explosões verticais são o seu forte, dá horizontalidade ao jogo e baralha
posições no adversário. Aparece na área para finalizar e o seu remate de meia
distancia é toda uma garantia para o novo Real Madrid. Uma contratação acertada
que se adapta a todos os sistemas de jogo do técnico italiano.
Illarra e Casemiro dão garantias defensivas, mas deixam bastantes dúvidas
em relação à sua condução de bola. As suas contratações visavam tapar as lesões
e o cansaço de Xabi Alonso, mas entretanto apareceu Modric, que nos últimos
jogos respondeu à chamada com exibições de grande nível, fazendo mesmo, esquecer
a qualidade do jogador vasco.
Boa intenção
de Ancelotti num projecto ainda muito verde.
Nos jogos já realizados, o Real Madrid foi incapaz de convencer e impor o
seu novo estilo de jogo. Os resultados acabaram por ser positivos, mas a
vitoria provem de rasgos individuais e de momentos pontuais de superioridade.
A intenção do italiano é boa, o Real Madrid precisa de um sistema de jogo
mais estruturado, com regras naturais que o permitam encarar qualquer tipo de
pressão. O jogo baseado na saída em posse de bola com vantagem numérica dá bons
resultados, mas nem sempre é eficaz. Para isso necessita de laterais bem
ofensivos, de médios interiores com capacidade de condução e atributos vincados
de um box-to-box.
Por outro
lado, este sistema de jogo altera os momentos de Ronaldo.
O português terá menos bola, sendo agora Isco o responsável por cair no
lado esquerdo do meio campo e conduzir a saída juntamente com Marcelo.
Cristiano será obrigado a ocupar espaços mais centrais, mais fechados, onde
perde verticalidade, perde velocidade e terá menos oportunidade para disparar.
A ideia de Ancelotti não é de todo mal pensada, e não se trata de
substituir Isco por Ronaldo na tarefa de transição, mas sim, empurrar o
português para o último terço do campo. Resta saber se CR7 se sentirá cómodo
com esta posição num estilo de jogo mais estático.
O estilo de jogo
contempla uma transição segura, mais lenta e apoiada em jogadores com maior
capacidade de condução.
O técnico italiano já mostrou que tentará impor o seu estilo de jogo, e o 4-1-4-1 desdobrado em 4-3-3, parece ser o favorito. Ao contrario do 4-2-3-1 de Mou, Carlo pretende mais jogadores no sector intermédio, e se possível jogadores com boa capacidade de transporte de bola. Defensivamente, o estilo é simples e similar ao do ano passado, duas linhas de 4 jogadores, muito próximas, tentando fechar os espaços entrelinhas criando a habitual armadilha do fora de jogo. Isco será o responsável por fechar o lado esquerdo do meio campo, deixando Ronaldo livre de responsabilidades defensivas.
No esquema apresentado, exemplificamos como se formam os dois triângulos durante a transição defesa-ataque.
Uma das grandes dúvidas será como e onde incluir Khedira
neste esquema de jogo. O alemão, é o melhor box-to-box do plantel, mas falta-lhe capacidade na condução de bola. A sua presença é a mais compatível com Xabi Alonso, masintroduzir Khedira neste sistema, será desequilibrar a saída de bola, principalmente se coincidir com Arbeloa no onze.
Transições mais delicadas, mais técnicas, mais pausadas e pacientes, são as grandes novidades deste novo Real Madrid.
A equipa precisa de tempo para
interiorizar o estilo de jogo do italiano, que certamente não desistirá de o
aplicar. O plantel tem mais qualidade este ano, Isco, marca um novo estilo de
jogo e encaixa na perfeição, Bale, equilibra a qualidade nas alas, mas
sobretudo dá sangue novo, dá mais frescura a este Real Madrid.
O
plantel “emagreceu”, mas ganhou qualidade no meio campo.
A equipa continua com algumas
lacunas, mas há esperança que jogadores como Carvajal, Morata, Jesé e até mesmo
Nacho surpreendam, não com a sua inquestionável qualidade, mas com maturidade
suficiente para lutar pela titularidade.
Factores como, adaptação de
Cristiano e Bale, lesões em sectores sensíveis ou mesmo resposta de Benzema aos
apupos de que tem sido alvo, irão ditar o destino de este jovem Real Madrid.
Ainda faltam soluções no plantel, e Florentino será certamente obrigado a
intervir novamente, já em Janeiro.
O
Real Madrid ainda joga à Mourinho, mas já se notam as alterações de Carlo
Ancelotti.
Estão à porta exames de
dificuldade elevada, e todos sabemos que o plantel tem qualidade para aprovar,
mas fica a dúvida se seguirão usando os apontamentos do Special One, ou por
fim, recorrem aos novos de Carlo Ancelotti.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Breve análise à Liga Zon Sagres
Começar por dar os parabéns ao Porto, não apenas pelo tri-campeonato, mas pelos números impressionantes exibidos nestes últimos 3 anos, senão vejamos.
Em 90 jogos sofreu apenas 49 golos e marcou 212, impressionante!Ainda mais marcante, foi o facto de ter sofrido apenas 1 derrota em 3 anos!!Uma marca bem longe do rival e segundo classificado Benfica, que em 90 jogos somou 11 derrotas!!
Lembrar que nestes 3 anos, conquistou 1 taça UEFA, 1 Taça de Portugal e 3 Supertaças portuguesas. Números realmente fantásticos, que obrigam o Porto a assumir um papel de maior importância, na próxima edição da liga dos campeões.
Em relação ao Benfica, está sem dúvida no bom caminho, e se conseguir manter esta qualidade, reforçando alguns pontos chave, poderá ter um próximo ano, recheado de bons momentos e títulos.
Benfica
Sem dúvida que o Benfica, este ano, foi a equipa mais vistosa, atacante e goleadora. Mas também não há dúvidas, que nos momentos decisivos, falhou!Queres ser campeão?Vence o teu adversário directo, pelo menos no teu estádio.
A pergunta foi feita no inicio da época, tem o Benfica capacidade para jogar em três frentes?Não! Teria sim, se Javi Garcia ou Witsel fizessem parte deste plantel.
Foi para todos uma surpresa, ver Matic jogar toda a época a um grande nível e ritmo impressionante, e mesmo com jovens como André Gomes ou André Almeida a jogar com uma qualidade senior, o Benfica carecía de um meio campo competitivo, principalmente numa competição de elíte como a Champions!
Defendo Jorge Jesus, por ser um treinador ambicioso com um estilo de jogo atacante e bem identificado com o Benfica, mas na minha opinião, faltam detalhes importantes, principalmente com um plantel tão light no meio campo. O mais importante, talvez seja por começar a implementar um plano B na equipa, saber controlar um jogo, fazer troca de bola no meio campo adversário, controlando os impulsos individuais dos seus extremos. Resumindo, ter dois estilos bem identificados, jogar em busca de um resultado e jogar gerindo o resultado.
Considerar que foi uma época de sucesso, quando se é eliminado da champions por clubes de nível mais baixo, é pouco ambicioso, e pode de certa forma, trair a preparação da próxima época que se espera reveladora para o clube lisboeta.
Tentar não jogar com Roderick no meio-campo, conseguir um substituto de qualidade para Luisão ou Garay, conseguir um bom numero 10 para competir com Enzo, e contratar um bom extremo direito caso Gaitan, Nolito e Bruno Cesar (emprestados) abandonem o clube, são os primeiros passos para conseguir uma boa época.
Porto
O Porto foi em tudo mais consistente, e atingiu um objectivo importante além da conquista do campeonato, passar o grupo da liga dos campeões.
O seu meio campo, bem definido, com Moutinho e Fernando a um constante grande nível, e um Lucho de días, o Porto conseguiu formar uma equipa competitiva, experiente e consistente.
Mangala foi uma boa surpresa, organizado, bom jogo aereo, e com enorme espirito de equipa, tornou a defesa do Porto muito mais consistente e impermeável. Foi ele, na minha opinião, o responsável pelos poucos 14 golos sofridos esta época!
Em relação à próxima época, penso que falta algum fogo a esta equipa, mais opções de ataque, principalmente um substituto à altura de Jackson, e um extremo de qualidade, que possa soltar James para o meio do terreno.
Vitor Pereira, sempre muito contestado, cometeu vários erros este ano, mas mesmo assim, foi capaz de garantir um titulo, aproveitando um sprint na recta final. Ainda não se conhece a decisão do presidente em relação à escolha do treinador, mas penso que Vitor Pereira pelo que fez nestes últimos dois anos, merecia ficar.
Muito se discute, em relação às arbitragens, e lembro-me de escrever num artigo anterior, que o futebol português está longe de ser transparente, puro e exemplar. As arbitragens, são fracas, polémicas e na maioria dos casos, deixam dúvidas em relação ao justo vencedor. Benfica, Porto, Sporting e Boavista, todos eles foram beneficiados na época em que se sagraram campeões nacionais!
Este ano, não foi diferente, assistimos a arbitragens fracas, muito fracas, que penalizaram e beneficiaram todas as equipas, falsificando muitos resultados e originando muita polémica de jornada a jornada. Enfim, mais do mesmo num país que merecia muito mais qualidade a nível de justiça futebolística!!
terça-feira, 30 de abril de 2013
Abelhas Operárias Vs. Abelha Raínha (Segunda parte)
Entramos hoje na
segunda parte da eliminatória entre, abelhas operárias e a abelha rainha!
A previsão para o jogo de hoje é a mesma de há uma semana atrás Abelhas Operárias Vs. Abelha Raínha, isso não
muda, entram possivelmente outros jogadores, mas a previsão táctica é
exactamente a mesma.
Tal como referimos em anteriores artigos, o Erro de Mou em
Dortmund, juntamente com uma atitude relaxante de alguns jogadores, e a falta de um 9 de raíz, reflectiu-se catastroficamente
no marcador, 4 golos sofridos, 1 marcado, e uma exibição pobre, muito pobre!
Hoje esperamos um Real Madrid com identidade, com presença e sobretudo, com
garra e vontade de remontar. Mourinho sabe que errou, sabe que a estrutura
táctica escolhida não foi a mais adequada, facilitou dando o seu onze cedo
de mais, e sabe que se for eliminado a responsabilidade é sua.
É o melhor treinador do mundo, mais completo, mais mediático, mais
vencedor, e desde a sua chegada a Madrid que a média de golos no Santiago
Bernabéu se tem mantido no número 3, curiosamente o número que necessita para
seguir em frente na prova.
Os adeptos querem o onze de gala, a táctica de sempre e o espirito
madridista. Acreditam e sabem que com Mou e CR7, tudo é possível!
Restam-me poucas palavras para definir a segunda parte desta eliminatória,
penso que escrever mais, seria repetir o que já foi dito, e que avançar com o meu próprio prognóstico seria um golpe baixo, não só no ambiente fantástico digno de uma "remontada", como também na esperança de um colosso do futebol mundial.
A fantástica equipa do Dortmund, será a mesma, a táctica será a mesma, resta apenas
saber, se a sua juventude não afectará o rendimento, de uma equipa que mostrou e provou, conter todos os requisitos para marcar presença numa grande final europeia.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
A opinião de Mourinho, a ser verdade, está errada!
26.04.2013 |
Comecemos por
fazer a seguinte pergunta: E se Mourinho tivesse considerado iniciar o jogo com
Callejón na direita e Ozil na posição de Modric? O que mudaria?
Já não é o
primeiro jogo que Modric e Xabi Alonso mostram completa incompatibilidade,
ainda mais com Khedira pelo meio. Em Manchester funcionou enquanto o United não
pressionava, havia espaço e sobretudo porque Khedira tinha passado para o lado
direito da defesa.
As previsões
apontavam para um Dortmund muito pressionante, cortando todas as linhas de
passe, especialmente a Xabi Alonso. Com Modric e Khedira disputando, quem iria para
o ataque e quem ficaria na defesa, as coisas complicaram-se, o jogo não se abriu,
e ficou mais fácil para o Dortmund controlar a pressão e as linhas de passe.
Com esta confusão de posições, num estilo de jogo raramente usado pelo Real, os
madrilenos perderam por completo a sua identidade.
Mezut Ozil é o
tipo de jogador que tem obrigatoriamente de ter a bola nos pés, motivo pelo
qual fugia para o meio do terreno ou recuava na tentativa de receber um passe
certeiro. Até aqui tudo bem, o problema é quando o Real joga contra equipas que
exercem pressão alta, que empurram a equipa adversária contra o seu próprio
meio campo.
Se repararem, das poucas vezes que Ozil recebia a bola, estava no
seu meio-campo, atrás da primeira linha de pressão, longe dos solitários C.
Ronaldo e Higuaín, e sobretudo sem o apoio ofensivo e a profundidade de um
lateral, neste caso Sergio Ramos.
Não me oponho a que Ozil jogue mais recuado,
mas para isso, necessitará de ter na frente, extremos bem abertos nas alas e
laterais com bastante mobilidade.
Cedo reparai que
este não era o verdadeiro Real Madrid, e Mourinho notou que algo estava mal. Decidiu não fez alterações ao intervalo, quem sabe impulsionado pelo empate oferecido
por Hummels, e errou!
Quando as fez, já era tarde. A mudança táctica acontece
com a entrada de Di Maria para o lugar de Modric, empurrando o já desgastado Ozil
para o seu habitat natural, o meio campo, tarde de mais! Desmotivado, cansado e
sem soluções, não era capaz de conduzir o Real na pior fase do jogo.
Fácil é, falar ou
escrever após os acontecimentos, mas a previsão já o indicava, era necessário
ultrapassar a primeira linha de pressão. Não era necessário ter mais jogadores
no meio campo, mas sim, laterais e extremos de raiz, defendendo e atacando, e
um bom condutor de jogo em transição rápida, causando desequilíbrios e abrindo
o jogo no meio campo, dando mais espaço a Xabi Alonso.
Preparei um
pequeno exemplo do jogo Dortmund-Malaga, onde se vê claramente a passagem da
primeira linha de pressão, e a consequente descompensação na defesa do Dortmund.
Na primeira imagem vemos a importancia da tal referencia no ataque, ganhando a luta com a linha defensiva, ultrapassando directamente ou através de segundas bolas, a primeira linha de pressão indicada na figura. Isto é trabalho do verdadeiro 9, Lewandowski é eximio neste tipo de lances, e tanto Pepe como Varane, tiveram muitas dificuldades em parar o jogador polaco.
O Real Madrid, não tem nenhum 9 com estas características.
Nesta segunda imagem, verificamos a descompensação na defesa alemã, a fragilidade defensiva de uma defesa bastante adiantada e uma quantidade enorme de espaço entrelinhas.
Numa outra jogada, vemos a importancia dos laterais e extremos em ultrapassar a linha de pressão. Seja em tabela, ou em lance individual, é importante desequilibrar nas alas, chamar os médios defensivos e os extremos do Dortmund, dando espaço aos criativos do Real Madrid. Os merengues foram capazes de desequilibrar, pontualmente mas apenas pelo lado esquerdo.
Finalmente, após ultrapassar essa primeira linha de pressão, verificamos uma vez mais, a descompensação na defesa das abelhas, e enorme espaço entrelinhas.
O Real Madrid jogou frente ao Dortmund, uma vez mais remendado, mas desta vez, o erro foi do “Special one”. Mourinho e a sua equipa técnica erraram na táctica inicial e demoraram muito tempo a tentar reconstruir a identidade única, que caracteriza os madrilenos.
Estejam atentos à previsão do embate da 2ª mão
Estejam atentos à previsão do embate da 2ª mão
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